Última mesa do II Fórum de Psicologia na Baixada debate campo de estágio e mercado de trabalho

Categoria(s):  ESTUDANTES, Notícias, SUBSEDE BAIXADA   Postado em: 01/12/2017 às 16:16

A terceira e última mesa de debates do II Fórum de Psicologia na Baixada Fluminense reuniu psicólogos e professores para abordar o tema “Campo de Estágio e Mercado de Trabalho”. Mediada por Carla Maria Mendes (CRP05/15725), doutora em Psicologia Social, docente e supervisora de estágio na SEFLU e UNIABEU, a mesa contou com a participação de Edimilson Duarte de Lima (CRP 05/17918), coordenador e docente do curso de Psicologia na UNIABEU, Ludmilla Furtado (CRP 05/35090), gestora dos Programas Institucionais da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, e Letícia Penha (CRP0505 11750), psicóloga no DEGASE.

Edimilson Lima iniciou a mesa destacando a importância do estágio como uma experiência que contribui não apenas para a formação do estudante de Psicologia como também para seu amadurecimento ético e político.

“O estágio obrigatório tem importância tanto para a formação acadêmica do aluno quanto no que diz respeito a questões éticas e políticas. Pensamos aqui não uma ética puramente relacionada às normativas do CRP-RJ e do CFP, mas sim como um posicionamento do profissional frente às suas possibilidades de intervenção”, afirmou o coordenador da UNIABEU.

Edimilson Lima disse também que a experiência do estágio obrigatório na UNIABEU preconiza as particularidades da realidade da Baixada e os desafios para a atuação psi nesse contexto. “Na prática do SPA, temos um vínculo muito forte com a comunidade. O projeto pedagógico do curso foi pensado a partir da realidade da Baixada, especificamente Belford Roxo”.

Por fim, o professor comentou “o lugar do aluno como protagonista em seu processo de formação”. “Um dos nossos objetivos é desenvolver junto aos alunos do curso de Psicologia a habilidade para pensar que concepção de Psicologia, como prática profissional, você constrói a partir das referências teóricas e conceituais desenvolvidas dentro de sala de aula”, disse.

“Nosso grande desafio como instituição que recebe estagiários de Psicologia é como ajudá-los a se tornar um profissional sendo que nós, que estamos atuando no SUAS, uma prática muito recente ainda, também estamos nos formando”, apontou Ludmilla Furtado, dando início à sua fala.

IMG_4481A psicóloga mencionou também outro grande desafio ao estagiário que atua no SUAS. Segundo ela, muitos deles têm uma “ideia ainda romantizada da atuação profissional que não corresponde à realidade da atuação na ponta”.

“Como instituição do SUAS, o que tentamos fazer é construir e desconstruir a ideia de que a Psicologia está somente dentro das quatro paredes do consultório. A Psicologia também está na rua, militando. Espero que nossos futuros colegas de profissão também se apropriem disso”, ponderou.

A gestora da Casa do Menor São Miguel Arcanjo sublinhou também a importância de cargos de gestão no SUAS serem ocupados por psicólogas (os). “Na Baixada Fluminense, ter profissionais de Psicologia no lugar de gestão é importante porque afirma o quanto olhar o outro de forma subjetiva faz com que consigamos garantir direitos a partir disso”, finalizou.

“Contribuir para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e prática é uma questão ética. Importante se faz, então, que instituições e profissionais trabalhem no estabelecimento da interlocução entre a prática e a teoria na formação de futuros profissionais de Psicologia”, defendeu Letícia Penha no início de sua fala.

Em seguida, a psicóloga destacou a gama de experiências e aprendizados que o DEGASE-RJ (Departamento Geral de Ações Socioeducativas) proporciona aos estudantes de Psicologia como campo de estágio na área da socioeducação.

“O trabalho do psicólogo no DEGASE tem uma variedade de ações e intervenções e, consequentemente, o campo de estágio em Psicologia nesse espaço possibilita ao estudante o encontro com essa gama de conhecimento relativa ao universo socioeducativo, tais como as leis que o embasam, as relações entre a Psicologia e o Direito, a instituição e sua práxis e, ainda, a elaboração dos documentos psi”, acrescentou.

“O estágio no DEGASE permite ao estudante observar na prática as questões que perpassam a adolescência”, ponderou a psicóloga, revelando que, apesar disso, hoje em dia, o DEGASE conta com pouca procura para o estagiário de Psicologia.

No debate ao final do evento, foi abordada a necessidade de repensar o conteúdo da matriz curricular do curso de formação em Psicologia para ampliar a contribuição junto às demandas contemporâneas da sociedade, especialmente nos campos do SUS e Saúde Mental, Assistência Social, Socioeducação e Sistema Judiciário, entre outros. Também foi proposta a formação de um colegiado composto por estudantes, representantes das universidades da Baixada, do CRP-RJ e do SINDPSI-RJ a fim de ampliar espaços de estágio nos equipamentos públicos da região.

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