Oficina e debate com Adriana Marcondes marca primeiro dia do Seminário Psicologia nas Escolas

Categoria(s):  EDUCAÇÃO, MEDICALIZAÇÃO, Notícias   Postado em: 27/05/2015 às 10:38

adriana“Psicologia na Educação: o que dizer sobre nossas ações?” foi o tema da primeira atividade do I Seminário “Psicologia nas Escolas: o que o professor demanda e o que a Psicologia produz?”. Ministrada pela psicóloga e professora da USP Adriana Marcondes Machado, a oficina e debate provocou importantes reflexões sobre os diversos impasses e problemáticas do espaço escolar e o papel da Psicologia nesse contexto.

“Nosso desafio é como trazer para o campo de atuação uma discussão sobre as resistências e os enfrentamentos que são necessários para que uma certa ação se dê. Hoje, eu vou falar disso. E uma das minhas conclusões será que o nosso enfrentamento não é com relação aos outros: ao diretor, ao meu chefe, não, isso não é suficiente. O desafio é como vamos enfrentar questões que estão em nós, no campo social, e que nos atravessam para que, assim, possamos realizar um trabalho que de alguma forma crie e afirme potência”, afirmou Adriana.

Adriana destacou também que muitas (os) profissionais têm permitido a prevalência de processos de individualização da escola. Essas atuações que individualizam as questões colocam, portanto, os problemas como individuais, não considerando questões sociais, políticas e históricas que constituem os processos de subjetivação.

“Eu não posso achar um equívoco um aluno que não aprende porque é fácil construir um aluno que não aprende. O que temos de fazer é olhar para essa construção. Esse aluno começa a ter dúvidas, não dá para saná-las, ele fica perdido. Aí você começa um caldeirão de práticas e fazeres pouco ágeis”, defendeu a psicóloga.

“Qual o objeto de intervenção da Psicologia?”, provocou Adriana. “Aqui já começa a dificuldade porque você chega para o fonoaudiólogo e faz a pergunta: ‘O que você está trabalhando na escola’? Eles falam: ‘A linguagem e todos os aspectos sociais relacionados’. Aí você chega para um terapeuta ocupacional e ele diz: ‘Eu trabalho o corpo’. Aí você chega para o psicólogo, faz essa pergunta e ele diz: ‘Eu trabalho a relação, o comportamento, a formação, o inconsciente, etc’. São várias as possibilidades, mas eu acho que temos que afinar a nossa orquestra. Nós trabalhamos com o processo de subjetivação, que se dá nas relações, nas vivências institucionais, no processo de aprendizagem, etc”, finalizou.

Maio de 2015