O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro – CRP-RJ, realizou no dia 20 de junho, na Univértix Centro Universitário, localizada em Três Rios, o evento “A Inserção da Psicologia nas Políticas Públicas: Desafios e Potencialidades”.
Com 135 inscritas(os), o evento lotado debateu a interiorização, peça fundamental para ampliar o acesso ao conhecimento e as oportunidades de atuação para as(os) psicólogas(os) e estudantes de todo o estado, e fortalecer a luta por uma política pública que garanta direitos e combate à violência.
A atividade também foi um evento preparatório para o 12º Congresso Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, que ocorrerá em 2025.
Para acompanhar na íntegra como foi o evento, acesse o canal oficial o do CRP-RJ no YouTube @realCRPRJ.
Mesa de Abertura Institucional
A mesa de abertura institucional foi composta por Victoria Gutiérrez (CRP 05/20157), conselheira do XVII Plenário, coordenadora da Comissão Gestora da Região Serrana, Comissão Especial de Estudantes, Comissão Especial de Psicologia em Emergências e Desastres e do Eixo de Políticas sobre Álcool e outras Drogas do CRP-RJ, Letícia Pena (CRP 05/52199), coordenadora e professora de Psicologia na Univértix, Elisa Martins (CRP 05/64825), coordenadora adjunta da Comissão de Eventos do CRP-RJ, Jorge Peixoto (CRP 05/44215), conselheiro e coordenador da Comissão Regional de Psicologia e Políticas Públicas – Controle Social do CRP-RJ e Viviane Martins (CRP 05/32170), vice-presidenta e colaboradora da Comissão Especial de Psicologia e Relações Étnico-Raciais do CRP-RJ.
Abrindo a mesa, a conselheira Victoria Gutiérrez expressou sua felicidade em participar do evento, especialmente por ser o CRP-RJ a realizar a atividade em um novo curso de Psicologia, trazendo o conhecimento para a região.
Representando a faculdade anfitriã, Letícia Pena, comemorou a realização do evento na Univértix, a primeira Universidade da região com um curso de Psicologia. Ela falou do significado histórico do evento para o município e a região, que antes dependia de deslocamentos para outros locais para o acesso à Psicologia. Ela também agradeceu a presença dos estudantes e dos colegas de profissão, enfatizando o caráter histórico do evento e da vinda do CRP-RJ para a região.
A coordenadora adjunta da Comissão de Eventos do CRP-RJ, Elisa Martins, agradeceu a presença de todas(os) e destacou a importância da participação expressiva de profissionais e estudantes neste evento, especialmente por se tratar da primeira Universidade da região a ter um curso de Psicologia. A psicóloga ainda deixou um convite para a participação das(os) presentes nos eventos futuros do CRP-RJ e as(os) convidou também a acompanhar as redes sociais da instituição para se manterem informados sobre as iniciativas do Conselho.
Seguindo a mesa, Jorge Peixoto, conselheiro e coordenador da Comissão Regional de Psicologia e Políticas Públicas – Controle Social do CRP-RJ, destacou o sucesso de público do evento, mostrando que a proposta de descentralização do CRP-RJ é de extrema importância. Sobre o tema, ele destacou a importância da(o) psicóloga(o) estar inserida(o) em programas e ações do governo, em todas as esferas (federal, estadual e municipal), e a relevância de garantir direitos a todos os cidadãos. Ele ainda chamou atenção para a atuação da(o) psicóloga(o) no SUS e no SUAS, que hoje é o principal campo de atuação da categoria. Para Peixoto, é crucial discutir políticas públicas, e trazer essa discussão e reflexão para a região.
Viviane Martins, vice-presidenta do CRP-RJ, falou sobre a importância da descentralização do Conselho para o interior do estado, destacando a realização do evento em Três Rios como um marco para o CRP-RJ. Ela mencionou que essa descentralização possibilita que os estudantes, especialmente os de um curso novo como o da Univertex, tenham acesso à formação e ao conhecimento do CRP-RJ. Martins também destacou a importância da formação em Psicologia para a garantia de direitos e a atuação em políticas públicas. Ela ressaltou que o CRP-RJ está presente e trabalhando em diversas regiões do estado, buscando um diálogo e uma troca com as(os) psicólogas(os) e estudantes de Psicologia.
O evento também teve em sua finalidade a preparação para o 12º COREPSI (Congresso Regional de Psicologia). Juliana Gabriel, conselheira e coordenadora da Comissão de Meios e Soluções Consensuais de Conflitos (COMSCC) do CRP-RJ, apresentou o funcionamento do próximo COREPSI e do CNP (Congresso Nacional de Psicologia), bem como suas fases (Ações de Mobilização, Pré-COREP, COREP seguido do CNP) e o processo eleitoral do sistema conselhos. O COREPSI e o CNP ocorrem a cada três anos, e a próxima edição será realizada em 2025. Durante o evento, todas(os) participantes puderam enviar suas propostas a partir de um formulário online.
Para saber mais sobre o 12º Congresso Nacional de Psicologia e suas etapas acesse https://cnp.cfp.org.br/12/
Mesa 1 – Psicologia nas Políticas Públicas
A primeira mesa debateu sobre “Psicologia nas Políticas Públicas”. A mesa trouxe à tona a importância da atuação da psicologia nesse campo, com foco na prática em diferentes áreas das políticas públicas e a importância do controle social.
Participaram dessa mesa Naura dos Santos Americano (CRP 05/12928), mestre, mediadora e supervisora de mediação de conflitos no TJRJ e sócia fundadora da Sociedade de Mediação de Conflitos, Monica Sampaio (CRP 05/44523), coordenadora da Comissão de Eventos do CRP-RJ, integrante da Comissão dos Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, Vanessa Brito (CRP 05/28830), conselheira do CRP-RJ, coordenadora do Núcleo de Psicologia e Assistência Social e na mediação Juliana Gabriel (CRP 05/29063), conselheira e coordenadora da Comissão de Meios e Soluções Consensuais de Conflitos do CRP-RJ.
Debatendo sobre “Os métodos autocompositivos enquanto política pública implementada pelos CRPs”, Naura Americano trouxe uma discussão sobre os métodos autocompositivos na Psicologia, como a mediação de conflitos, a conciliação e a justiça restaurativa. Ela defendeu a importância de que a Psicologia seja protagonista na construção de uma política pública de resolução de conflitos, e que esses métodos sejam difundidos para toda a sociedade.
Monica Sampaio falou sobre “As Referências Técnicas como ferramenta de qualificação profissional de psicólogas e psicólogos que atuam nas diversas políticas públicas”. A conselheira abordou a questão das referências técnicas, o CREPOP (Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas) do Conselho Federal de Psicologia, como ferramentas importantes para a qualificação profissional de psicólogas(os) que atuam em políticas públicas. Ela ressaltou a importância de que as(os) psicólogas(os) em formação conheçam o CREPOP e o utilizem para auxiliar em seus trabalhos.
No site do CRP-RJ, é possível ter acesso a todas as referências lançadas http://www.crprj.org.br/site/category/referencias-tecnicas/
“A importância do controle social” foi o tema abordado por Vanessa Brito. Ela trouxe a discussão sobre o controle social em políticas públicas, destacando a necessidade de garantir o acompanhamento e a fiscalização para as políticas públicas serem efetivadas corretamente. Ela ainda mencionou os conselhos de direitos e de políticas públicas como importantes ferramentas para essa atuação e como a participação de psicólogas(os) nesses espaços é crucial para a garantia de direitos.
Finalizando, Juliana Gabriel falou da responsabilidade que as(os) profissionais de Psicologia carregam no desenvolvimento de políticas públicas, seja ela na implementação, na fiscalização ou em seu desenvolvimento.
Mesa 2 – Políticas Públicas no Enfrentamento às Violências: Qual o Lugar da Psicologia?
A última mesa do evento abordou o tema “Políticas Públicas no Enfrentamento às Violências: Qual o Lugar da Psicologia?”. A temática foi um espaço de troca de experiências e reflexões sobre o papel da psicologia no enfrentamento à violência contra a mulher. A discussão abordou a atuação do psicólogo em diferentes contextos, desde os serviços especializados de atendimento à mulher até os conselhos de direitos, e a importância do trabalho em equipe para garantir a segurança e o bem-estar das mulheres.
Participaram dessa mesa Eveline Carvalho (CRP 04/18365), especialista em terapia cognitivo comportamental pela PUCPR e Artmed, especialista em arte e educação pela UFJF, terapeuta comunitária integrativa, e psicóloga no CEAM, Magali Soares da Fonseca (CRP 05/36766), graduada em direito e Psicologia pela UCP, especialista em Psicologia Clínica pela UNIFASE, especialista em gestão pública municipal pela UFF, coordenadora, no período de 2011 a 2013, e psicóloga do CRAS – Três Rios, Cecilia Soares (CRP 05/10355), colaboradora no eixo de Políticas para Mulheres do CRP-RJ e na mediação Tatiana Oliveira Moreira (CRP 05/43668), escritora, mestre em políticas públicas e formação humana pela UERJ, colaboradora do Núcleo de Psicologia e Sistema de Justiça do CRP-RJ, psicóloga no TJRJ, e co-coordenadora do núcleo RJ da articulação nacional das psicólogas (os) negras (os) e pesquisadores.
A mediadora Tatiana Oliveira Moreira abordou o papel da(o) psicóloga(o) nos espaços de controle social e a necessidade de sua participação em diferentes instâncias. Ela ainda destacou a importância de descentralizar o tema da mesa.
Falando sobre “Transforma(Dor) – um percurso das mulheres em situação de violência no CEAM Três Rios”, Eveline Carvalho apresentou a trajetória do CEAM (Serviço Especializado de Atendimento à Mulher), um serviço que surgiu da luta das mulheres para garantir atendimento e acolhimento a mulheres vítimas de violência. A importância do trabalho da Psicologia no CEAM, não apenas no âmbito clínico, mas também como agente de transformação social, atuando na rede de apoio e promovendo a autonomia das mulheres vítimas de violência é de extrema importância, indicou a psicóloga.
Magali Soares da Fonseca abordou o tema “O papel do CRAS na autonomia das mulheres vítimas de violência”. A atuação da(o) psicóloga(o) no CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), que atua no acolhimento e no acompanhamento de famílias em situação de vulnerabilidade, especialmente mulheres vítimas de violência. Ela destacou a importância da escuta, do atendimento humanizado e do trabalho em equipe, com o objetivo de evitar a ruptura dos vínculos familiares e garantir a segurança das mulheres.
“Questões sobre a atuação da Psicologia no Enfrentamento da Violência contra a Mulher” foi o tema central da fala de Cecilia Soares. Ela trouxe uma análise histórica sobre a inserção da Psicologia nas políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher, desde a atuação de grupos feministas na década de 1980 até a criação de delegacias especializadas e a Lei Maria da Penha em 2006.
O CRP-RJ demonstra seu compromisso com a interiorização do debate e a construção de um futuro mais justo e inclusivo para a Psicologia no Rio de Janeiro. Esta ação é um compromisso do XVII plenário, a partir de uma demanda recebida de um Pré-Corep.
Participe das ações do CRP-RJ na sua região e deixe suas propostas para a Psicologia que você quer no próximo triênio.
