No dia 09 de agosto, psicólogos, estudantes e usuários se reuniram no Instituto Phillipe Pinel para o terceiro evento do “Ecos do Encontro Nacional de Saúde Mental”. O evento, criado pela coordenadora da Especialização em Saúde Mental do Instituto Philippe Pinel, Marta Zappa, tem por objetivo discutir a situação da reforma psiquiátrica e da luta antimanicomial a partir dos debates realizados durante o Encontro Nacional de Saúde Mental, realizado entre os dias 13 e 16 de julho, em Belo Horizonte.
Participaram do evento o psicólogo e professor da Escola de Serviço Social da UFRJ, Eduardo Vasconcelos, a colaboradora da Comissão de Diretos Humanos do CRP-RJ, Ana Carla Souza Silveira da Silva e o conselheiro participante da comissão de saúde do CRP-RJ, Walter Melo.
Eduardo Vasconcelos iniciou o evento, falando sobre as condições históricas e os desafios da reforma psiquiátrica no Brasil. Ele enumerou os problemas e maiores desafios da reforma, salientando a importância da formação de uma rede para que a reforma avance. “A reforma psiquiátrica vai demorar mais do que esperávamos, mas estamos em tempos difíceis e eles exigem que as coisas sejam feitas com calma. Temos que reconhecer o que é possível se fazer devido à conjuntura social e política que temos no momento e avançarmos pouco a pouco, mas avançarmos”, disse o psicólogo.
Ana Carla Silva foi a segunda a falar, explicando o que havia sido discutido durante o encontro em Belo Horizonte e falando um pouco de sua experiência no Movimento Antimanicomial e no atendimento no CAPS de Campo Grande. Ela concordou com Eduardo Vasconcelos sobre a formação da rede: “É preciso que façamos rede não só com os profissionais da saúde mental, nem só com os da saúde, mas com toda a sociedade, com outros movimentos. Quando começamos a reforma, achávamos que os CAPS seriam a solução para tudo e hoje se vê que não, é preciso ajuda de uma rede, sozinho não se consegue resolver nada”.
Walter Melo finalizou as palestras, contando sobre sua experiência de trabalho no CRP-RJ, no Espaço Artaud e no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, em Niterói. Ele chamou atenção para a importância da luta antimanicomial dentro da gestão atual do Conselho Regional de Psicologia, que vêm apoiando uma série de ações com o objetivo de discutir o assunto. O psicólogo também falou sobre a importância dos eventos que estão sendo organizados pelo Espaço Artaud e pelo Hospital de Jurujuba para criar a rede que Ana Carla e Eduardo mencionaram. “Tanto nas palestras que o Espaço Artaud têm realizado sobre Direito e Saúde Mental quanto nas reuniões da equipe do Hospital de Jurujuba com as equipes de CAPS de Niterói e representantes das diversas secretarias da prefeitura da cidade reunimos as pessoas que têm as demandas com quem pode ajudar a resolver os problemas. Trabalho em rede é isso: se unir para que a reforma ande”.
Após as palestras, os presentes puderam fazer perguntas e discutir as questões apresentadas pelos debatedores. A próxima reunião do “Ecos” será no auditório C, no terceiro andar do Instituto Phillipe Pinel, no dia 16 de agosto, com dois eventos: o primeiro começando às 10h e o segundo às 18h.
