Debate sobre violência nas escolas acontece na UNIABEU de Belford Roxo

Categoria(s):  DIA DO PSICÓLOGO, Notícias, SUBSEDE BAIXADA   Postado em: 17/08/2018 às 11:44

uniabeu 1O segundo evento da agenda promovida pelo CRP-RJ na Baixada em comemoração ao Dia da (o) Psicóloga (o) aconteceu no dia 15 de agosto na UNIABEU de Belford Roxo. Fruto da parceria entre Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu, Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE), de Nova Iguaçu e Belford Roxo, o CRP-RJ, a Pastoral da Educação da Diocese de Nova Iguaçu, o Fórum Grita Baixada e UNIABEU, o Seminário “Violência nas escolas: enfrentamento em rede”, teve como um dos objetivos transparecer os desafios que permeiam as políticas públicas de Educação.

A conselheira-coordenadora da Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada, Mônica Sampaio, ressaltou que o seminário integra também a agenda de eventos preparatórios para o 10º Congresso Regional de Psicologia (COREP), que acontecerá no primeiro semestre de 2019 para mobilizar  as (os) psicólogas (os) do estado do Rio para debater propostas de atuação para o CRP-RJ para o triênio 2019-2022.

O evento contou com a participação dos palestrantes Edimilson Lima, psicólogo, psicoterapeuta e coordenador do curso de Psicologia da UNIABEU, a socióloga Júlia Ventura, gestora da Associação Cidade Escola Aprendiz e a professora e pedagoga Leci Carvalho.

“Há uma violência tanto interna quanto externa que atinge alunos, professores e funcionários das escolas e das faculdades. O ponto de partida é difícil para a instituição escola, pois não sabemos colocar isso em sala de aula, como envolver a universidade nesse processo. Como professor de Psicologia ainda não consigo enxergar qual a função social mais adequada que a área teria na formulação de propostas para se combater a violência em sala de aula”, argumentou Edimilson Lima, dando início à mesa de debates. E emendou. “É uma estratégia que precisa ser compreendida, pois envolve componentes acadêmicos e um compromisso social.”

uniabeu 2Para a socióloga Júlia Ventura, as implicações sobre a violência em sala de aula são mais observáveis. Há desde o problema da falta de motivação dos alunos, proporcionada pela vivência em territórios ou ambientes violentos até a ausência de projetos pedagógicos específicos para áreas de conflito. Ela mencionou que as operações policiais em favelas e outras periferias, pela letalidade que representa para as populações desses territórios, desencadeiam uma sensação de insegurança que aterroriza os alunos. Segundo a pesquisadora, estudos comprovam que em um ano letivo, se perdem 2 meses de aula por causa de interrupções em função de tiroteios em áreas de confrontos.

Já a educadora Leci Carvalho, a terceira e última palestrante, afirmou que um dos principais problemas do sistema educacional público é que o mesmo nunca foi criado para atender às necessidades dos alunos advindos das regiões periféricas. “Os problemas da periferia também são em rede. Não afetam apenas jovens e adolescentes, mas toda a estrutura familiar. A escola não é capaz de calcular esses efeitos ainda. Integrar a família à escola não é fazer com que os pais pintem os muros das escolas, recolham o lixo ao redor ou coisas do tipo. Isso é tarefa do poder público.”, afirmou Leci, que também criticou o grande número de professores que defendem uma relação mais radical de controle e disciplina aos alunos considerados “insubordinados”. “É preciso uma mudança no método. Os docentes desconhecem a cultura da periferia e tudo pode ser interpretado como uma afronta aos eu poder de dar aula”, completou Leci.

*Matéria baseada no texto escrito por Fabio Leon, jornalista e assessor de comunicação do Fórum Grita Baixada

*Fotos cedidas também por Fabio Leon