DEBATE SOBRE SAÚDE MENTAL E ASSISTÊNCIA LOTA AUDITÓRIO DA SUBSEDE DO CRP-RJ EM NOVA IGUAÇU

Categoria(s):  COMISSÃO DE EVENTOS, Notícias, SAÚDE, SUBSEDE BAIXADA   Postado em: 22/01/2020 às 14:21

IMG_1681A Subsede do CRP-RJ na Baixada, localizada em Nova Iguaçu, recebeu, no dia 16 de janeiro, o segundo evento do ciclo de debates sobre Saúde Mental que o CRP-RJ está promovendo no mês de janeiro. “Saúde Mental e Assistência Social” foi o tema do debate, que lotou o auditório da subsede do CRP-RJ com psicólogas (os) e estudantes de Psicologia da região.

O encontro foi aberto pela conselheira-coordenadora da Comissão Gestora da Baixada, Gabriela de Araújo Braz dos Santos (CRP 05/56462), e pela conselheira vice-presidente do CRP-RJ, Mônica Valéria Affonso Sampaio (CRP 05/44523), que deram as boas-vindas ao público.

Em seguida, o conselheiro-presidente do CRP-RJ, Pedro Paulo Gastalho Bicalho (CRP 05/26077), enfatizou a importância de eventos como este para a Psicologia. “Entendemos que a nossa profissão é política. É exatamente por isso que hoje faz sentido falarmos de Saúde Mental e Assistência Social.

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Pedro Paulo Bicalho, conselheiro-presidente do CRP-RJ

A saúde mental desde sempre foi um assunto importante para a Psicologia brasileira, um assunto, portanto, que deve ser discutido de janeiro a janeiro. Todos os meses devemos pensar em saúde mental e também na assistência social, que é a segunda política pública com o maior número de psicólogos”, disse o conselheiro.

A mediação do debate foi feita por Luana Galoni (CRP 05/56394), psicóloga e mestranda de Psicologia no Laboratório de Estudos sobre Violência contra Crianças e Adolescentes (LEVICA) da UFRRJ, e contou com a participação de duas palestrantes psicólogas que atuam no campo da Assistência Social.

Juliana Gomes da Silva (CRP 05/41667), psicóloga da Prefeitura de Nova Iguaçu e superintendente de Proteção Social Básica da Prefeitura de Nova Iguaçu, iniciou a mesa abordando a precarização das políticas públicas em nosso país e como isso afeta a sociedade como um todo. “Hoje, temos 14 milhões de desempregados, corte de renda mínima, pessoas sendo retiradas do Programa Bolsa Família e uma crescente população em situação de rua. As pessoas não têm acesso à moradia, à alimentação, ao trabalho. Voltamos para o mapa da fome. Isso tudo incide sobre a saúde mental dos usuários da política de Assistência Social”, afirmou.

A psicóloga explicou o processo histórico de construção do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e falou sobre a centralidade do trabalho do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) dentro dessa política. “No CRAS, o nosso principal trabalho é o serviço de acompanhamento, proteção e integração social das famílias em situação de vulnerabilidade social, que é principalmente de renda, mas pode ser também de outra ordem. É importante lembramos que a Assistência Social é para quem dela necessitar”, revelou a palestrante, destacando que “a militância pela Saúde Mental é um compromisso da Psicologia com a transformação social”.

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Da esq. para dir.: Juliana Gomes, Luana Galoni e Cláudia Simões

Cláudia Simões Carvalho (CRP 05/30182), psicóloga que atua no Sistema Único de Assistência Social e conselheira-coordenadora do Núcleo de Assistência Social da Comissão Regional de Psicologia e Políticas Públicas do CRP-RJ, ratificou que o SUAS é uma política pública disponível a todos os indivíduos e grupos sociais, mas voltada especialmente “àqueles sujeitos em vulnerabilidade mais extrema, que têm vínculo familiar e/ou comunitário rompido”.

Porém, conforme problematizou a conselheira do CRP-RJ, a grande desigualdade social, histórica e econômica em nosso país produz tantas vulnerabilidades em determinados setores da sociedade que “o SUAS ainda não dispõe de uma oferta de equipamentos que, de fato, atenda às complexidades desse quadro de tanta vulnerabilidade. Nesse sentido, estamos falando de muitos sujeitos que ainda não conseguiram acessar a política pública de assistência. E, mais do que isso, são sujeitos que não conseguem acessar emprego, educação, saúde”.

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Gabriela Braz, coordenadora da Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada

Segundo Cláudia Simões, a saúde mental desses sujeitos vulnerabilizados e de suas famílias é afetada seriamente por esse quadro, o que dificulta, muitas vezes, o trabalho realizado pela política de Assistência Social. “Precisamos reconhecer que nenhuma política isolada vai dar conta da questão da Saúde Mental dessas pessoas. Certamente, é na potência do encontro e da integração das diversas políticas públicas que se consegue produzir desdobramentos na garantia de que esse sujeito consiga atenção de maneira integral, como está previsto na nossa legislação”, finalizou.

Encerrando o encontro, Rodrigo Cunha Echebarrena (CRP 05/28408), conselheiro-coordenador do Eixo de Saúde Mental da CRPPP do CRP-RJ e um dos organizadores do Ciclo de Debates em Saúde Mental, destacou que “esse ciclo de eventos, mais do que deixar o público de uma maneira passiva, assistindo às palestras, produziu uma mobilização em cada um de nós, um compromisso de levarmos esse debate adiante”.