CRP-RJ participa de encontro do Comitê Contra a Tortura da ONU

Categoria(s):  DIREITOS HUMANOS, Notícias   Postado em: 03/08/2005 às 11:07

O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) esteve presente no encontro com o Comitê Contra a Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU) no dia 22 de julho. Outros conselhos profissionais, organizações e movimentos sociais também participaram da reunião, que teve o objetivo de realizar uma troca de informações entre seus participantes sobre a realidade brasileira diante das práticas de tortura.

Fernando Marillo, presidente do Comitê Contra a Tortura da ONU, e sua equipe participaram do encontro, que contou também com a participação das psicólogas Maria Beatriz Sá Leitão e Rosangela Abreu, membros da Comissão Regional de Direitos Humanos do CRP-RJ. Estiveram presentes representantes das seguintes organizações: Justiça Global, Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro (CRESS-RJ), Movimento Justiça pela Democracia, Centro de Direito Institucional, Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro (GTNM-RJ), Reforma Prisional, Associação dos Defensores Públicos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, entre outras.

Diversos casos de tortura emblemáticos foram relatados, inclusive um participante do encontro fez um depoimento sobre torturas sofridas dentro de um órgão público. A representante do movimento Mães do Degase também falou sobre a violência institucional que tem atingido pessoas nas unidades. Os participantes fizeram considerações a respeito das práticas institucionais de tortura quase generalizadas, além das ações de intimidação e extorsão tão comuns. “A tortura, que na época da ditadura militar se dirigia à classe média, hoje está voltada para os segmentos mais pobres da sociedade”, disse o sociólogo Ignácio Cano, da Uerj. Os participantes discutiram também o descaso histórico com a formação de agentes públicos e práticas de tortura em ações de rua e nos hospitais, assim como a tortura praticada por componentes das chamadas seguranças privadas.
O Comitê Contra a Tortura da ONU informou, na ocasião, que iria elaborar uma agenda de visitas a instituições públicas bem como outros contatos representativos.