CRP-RJ e SINDPSI-RJ em defesa da Reforma Psiquiátrica Brasileira!

Categoria(s):  Luta Antimanicomial, Notícias, SAÚDE   Postado em: 12/12/2017 às 18:03

CRP-RJ e SINDPSI-RJ fazem coro ao grito dos usuários: “CAPS é melhor que hospital”!

A Reforma Psiquiátrica Brasileira tem se estabelecido em nosso meio gradativamente. O avanço representado pelo tratamento em liberdade é inequívoco. Todos os usuários que experimentaram o isolamento de um hospital psiquiátrico não têm dúvida do quanto sofreram nesses ambientes.

A internação em momentos de crise está garantida na atual Política de Saúde Mental, em leitos de hospitais gerais. Internação, somente no momento da crise e em último caso. O foco é o tratamento em liberdade. Temos uma lei em vigência (Lei nº 10.216/2001), e ela aponta para a extinção gradativa dos hospitais psiquiátricos brasileiros.

Avançamos técnica e politicamente nesse campo. O tratamento em liberdade é uma realidade. Muitas pessoas saíram de hospitais psiquiátricos e hoje se tratam em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), frequentam Centros de Convivência, trabalham em Cooperativas. Obedecer os princípios da Reforma Psiquiátrica é recuperar o usuário de Saúde Mental para o convívio social, restaurando sua autonomia, cidadania e humanidade. Se avançamos tanto, por que mudar essa política?

post_campanha2logosQuestionamos a falta de investimento e a precarização do trabalho, com falta de salários, redução de recursos humanos e de cuidados. Mas não questionamos a politica atual, tal como definida, especialmente porque é resultado de muito investimento técnico e coletivo.

Se há usuários com dificuldades no tratamento, por que não sustentar e ampliar a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)? Por que não habilitar mais CAPS III (que atendem 24 horas), CAPSAD III (que atendem usuários de álcool e outras drogas, 24 horas), CAPSi (para crianças e adolescentes) ou SRTs (Serviços Residenciais Terapêuticos, equipamento da saúde para onde muitos usuários se dirigem no momento da desinstitucionalização)?

É preciso ampliar o investimento nos equipamentos existentes, é preciso efetivamente fazer a RAPS funcionar e não descaracterizá-la, como anuncia o atual Coordenador Nacional de Saúde Mental.

Na dúvida, basta escutar os inúmeros usuários de todo o país, reunidos no último final de semana em Bauru (SP): todos unânimes em dizer que o “CAPS é muito melhor que hospital”. Nas inúmeras rodas de conversa durante o evento que comemorava os 30 anos da Carta de Bauru – realizado nos dias 8 e 9 de dezembro –, usuários e suas famílias declararam, em alto e bom som, a importância do tratamento em liberdade em suas vidas.

Pessoas do país todo na mesma afirmação, e não apenas trazendo suas experiências, mas também atuando politicamente, participando dos debates, circulando nos espaços do evento, assistindo às atividades culturais. Enfim, participando como cidadãos.

Acompanhando atentamente nossos tempos, o Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro e o Sindicato dos Psicólogos do Estado do Rio de Janeiro reafirmam sua defesa da Reforma Psiquiátrica Brasileira, materializada na atual Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), e seguem lutando por uma sociedade sem manicômios!