CREPOP realiza encontro sobre mobilidade urbana na III Mostra

Categoria(s):  CREPOP, MOBILIDADE, MOSTRA, Notícias   Postado em: 21/07/2009 às 15:37

O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) realizou, no dia 17 de julho, dentro da III Mostra Regional de Práticas em Psicologia, o segundo encontro do ciclo sobre Mobilidade urbana, trânsito e transporte. A primeira reunião havia acontecido em Petrópolis, no dia 10 de julho.

Foto do debate do ciclo CREPOP sobre mobilidade urbana, transito e transporte.

CREPOP realizou , dentro da III Mostra Regional de Práticas em Psicologia, o segundo encontro do ciclo sobre Mobilidade urbana, trânsito e transporte.

O CREPOP trabalha com quatro ciclos de pesquisa por ano, sempre buscando referências para a prática do psicólogo em diversas áreas das políticas públicas. São realizados dois encontros por ciclo, além de ficar disponível no site do CREPOP um questionário a ser respondido por profissionais da área. As experiências relatadas nos eventos de todos os conselhos regionais e nos questionários dão origem a um documento nacional de referência para o campo.

Dando início ao encontro na Mostra, a psicóloga e assistente técnica do CREPOP-RJ, Beatriz Adura Martins, explicou como funciona a pesquisa. Ela ressaltou a importância dada à participação dos psicólogos. “O relatório que fazemos a partir dos encontros é enviado para os participantes, que podem nos responder com sugestões e críticas, antes de ser mandado para o Federal”.

Em seguida, o conselheiro Lindomar Darós, coordenador da Comissão de Políticas Públicas do CRP-RJ, na qual se insere o CREPOP, conduziu o encontro a partir da metodologia sociodramática. Em um primeiro momento, os presentes foram divididos em duplas para se conhecerem e apresentarem um ao outro em primeira pessoa, como se estivessem falando de si mesmos.

O segundo momento do sociodrama consistiu em reunir o grupo para escolher uma história ligada à área de mobilidade urbana, transporte e trânsito para ser encenado. Foi selecionado um caso passado em uma clínica do Detran, durante um teste psicológico para obtenção da carteira de habilitação. Um dos candidatos estava embriagado durante a prova e o grupo teve que decidir como lidar com a situação. Cada participante poderia tomar o lugar de qualquer personagem a qualquer momento.

Por fim, os presentes foram convidados a debaterem o caso e sua própria prática enquanto psicólogos do trânsito e profissionais de RH de empresa de transportes. Uma psicóloga ressaltou que o caso foi centrado nesse profissional, mas não nos candidatos. “Não paramos para pensar que, no momento em que reprovamos, estamos nos baseando em um teste, mas vamos além dele? Ou ficamos engessados no teste, estagnados ali?”.

Também foi ressaltado que o trânsito vai além da clínica do Detran. “Nossa responsabilidade é ver o trânsito como um todo. A pessoa vai sair dali e vai para a realidade do trânsito. Isso é uma grande responsabilidade para o psicólogo. Se alguém causa um acidente grave, por exemplo, vão questioná-lo por que ele o aprovou”. Nesse sentido, também foi colocada a escassez de pesquisas acadêmicas sobre psicologia do trânsito.

Outro ponto discutido foi a precarização do trabalho do psicólogo, que recebe salários baixos, não tem carteira de trabalho assinada e sofre uma grande pressão. “Não há, por exemplo, regulamentação escrita para certos casos. Já aconteceu, por exemplo, de aparecer um candidato à carteira de motorista que era analfabeto. Nas três vezes em que ligamos para o Detran, recebemos respostas diferentes do que fazer. Se me dizem que posso aprová-lo, quem vai se responsabilizar depois? Por isso, defendo haver encontros oficiais do Detran, onde possamos trocar experiências e tirar dúvidas”.

Texto: Bárbara Skaba
Foto: Felipe Simões

21 de julho de 2009