No dia 16 de julho de 2009, primeiro dia da III Mostra Regional de Práticas em Psicologia, o CRP-RJ realizou a mesa Ano da Psicoterapia no Sistema Conselhos de Psicologia. Os palestrantes convidados, Lygia Ayres, conselheira do CRP-RJ, e Henrique José Leal Ferreira Rodrigues, do GT Nacional de Psicoterapia, falaram sobre as práticas psicoterápicas e explicaram como funciona o Ano da Psicoterapia .
Lygia Ayres e Henrique José Leal Ferreira Rodrigues falaram sobre as práticas psicoterápicas e explicaram como funciona o Ano da Psicoterapia .
Henrique declarou que é muito difícil regulamentar o campo da psicoterapia, já que inúmeras práticas se inserem nele. O psicólogo afirmou ainda que a discussão do Ano da Psicoterapia deve levar em conta essa prática como ciência. “Para discutirmos psicoterapia, temos que pensá-la dentro do campo científico. Não falo da ciência cartesiana, mas sim do campo de produção de conhecimento. Ou seja, estabelecer diretrizes técnico-científicas para a psicoterapia”.
Assim, um dos objetivos do Ano da Psicoterapia seria a “qualificação, delimitação e ordenação do campo, decidindo acerca da representação da psicoterapia em face da sociedade e instituições do país”. Isso significa, segundo Henrique, não “fechar” o campo da psicoterapia. “Ela não seve ser regulamentada agora. O que deve ser feito neste momento é um debate com a categoria. A psicoterapia não vai ser definida agora, em 2009 ou 2010. Isso vai ser resultado de um longo debate político. E nunca vai ser uma prática fechada, vai gerar discussões eternamente”, afirmou.
A partir daí, Henrique explicou os três eixos que norteiam os debates do Ano da Psicoterapia. O eixo 1, “A constituição das psicoterapias como campo interdisciplinar”, significaria estender o debate para diversos âmbitos. “Nesse ponto, pensamos, principalmente, a clínica ampliada”, disse o psicólogo.
O eixo 2, “Parâmetros técnicos e éticos mínimos para a formação na graduação e na formação especializada e para o exercício da psicoterapia pelos psicólogo” é, segundo Henrique, o principal eixo para o CFP. “Para nós, o mais importante é a formação, que vai reforçar uma legitimidade do psicólogo perante a sociedade”.
A partir desses dois pontos, começaria a discussão sobre o eixo 3, “Relações com os demais grupos profissionais”. “Se começarmos esse diálogo agora, cada psicólogo vai dizer uma coisa. Primeiro, temos que referenciar a psicoterapia e construir uma formação de qualidade. Aí sim podemos passar para esse terceiro momento, de conversar com outros campos”.
Em seguida, Lygia apresentou as ações do CRP-RJ para o Ano da Psicoterapia. “O CRP-RJ desenvolveu esse debate a partir da municipalização das nossas ações. São realizados oito eventos preparatórios em diversas cidades do estado. Já aconteceram encontros em Nova Iguaçu, Resende, Angra, Campos, Petrópolis, São Gonçalo e Rio das Ostras. O último será no dia 1° de agosto, na sede do CRP, na Tijuca”.
Ela ressaltou ainda que a Comissão de Orientação e Ética (COE), a qual preside, assim como conselheiros e colaboradores de outras comissões e grupos de trabalho do CRP-RJ participaram desses encontros. “Optamos por realizar eventos transversalizados porque é assim que vemos a própria psicoterapia”, disse. “Nosso objetivo é ter participação de todos os psicólogos para debatermos e propormos referências para a psicoterapia”, completou.
Lygia destacou que, após os eventos preparatórios, haverá um Seminário Regional, também na sede do CRP-RJ, no dia 15 de agosto. “As propostas do Seminário Regional serão levadas ao Nacional, em outubro, assim como as de todos os outros CRPs, para darem origem a um relatório final com diretrizes para a psicoterapia”. Finalizando, a conselheira lembrou que, em 23 e 24 de outubro, será realizado o II Fórum de Ética que, devido ao Ano da Psicoterapia, abordará o tema “Ética e Psicoterapia”.
Texto e Fotos: Bárbara Skaba
21 de julho de 2009
