XI Seminário de Psicologia e Direitos Humanos mobiliza mais de 150 participantes

Categoria(s):  DIREITOS HUMANOS, Notícias, RELAÇÕES RACIAIS   Postado em: 12/08/2016 às 11:57

foto_02A 11ª edição do Seminário Regional de Psicologia e Direitos Humanos mobilizou mais de 150 participantes no dia 29 de julho, lotando o auditório do CREMERJ, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

Promovido pela Comissão Regional de Direitos Humanos (CRDH) do CRP-RJ em parceria com a Articulação Nacional de Psicólogas (os) Negras (os) e Pesquisadoras (es) – ANPSINEP, o evento teve como tema “Embates no Cotidiano: Saberes Psi, Discriminação, Sexismo, Intolerância, Racismo, Xenofobia”.

Além de diversas mesas que deram corpo a importantes debates e reflexões, durante o evento aconteceram também a cerimônia de entrega do II Prêmio Maria Beatriz Sá Leitão e o lançamento do livro “Navegar é preciso: Trajetória do GT Integrado Diversidades de Gênero e Relações Étnico-Raciais”, organizado pela CRDH.

Mesa Institucional

A abertura do evento foi feita pela conselheira-presidente do CRP-RJ, Janne Calhau Mourão (CRP 05/1608). Em seguida, teve a palavra o presidente do CREMERJ, Pablo Vasquez, que prestigiou o evento destacando a importância da iniciativa do CRP-RJ em promover um encontro para debater uma temática tão relevante para a sociedade brasileira atualmente.

“Vivemos num momento de grave crise econômica mundial. Aqui, na América Latina, vivemos um processo de desestabilização de regimes democráticos em nome de ações judiciais e policiais que não são iguais para todos e estão aprofundando as desigualdades”, apontou o presidente do CREMERJ.

A conselheira do CRP-RJ e integrante da ANPSINEP Maria da Conceição Nascimento (CRP 05/26929) enfatizou que “a defesa dos Direitos Humanos é uma opção ético-política da atual gestão do CRP-RJ de construir uma Psicologia realmente engajada na garantia de direitos”.

foto_01Conceição, que coordena o Eixo Psicologia e Diversidade Étnico-Racial da CRDH, explicou, ainda, que o objetivo do eixo éincentivar, promover e apoiar a discussão sobre esse tema junto aos psicólogos. Esse debate é ainda recente dentro da Psicologia, apesar de vivermos num país onde, segundo o IBGE, mais de 50% da população é composta por negros”.

Carlos Vinicius Melo, representante da ANPSINEP, defendeu que “o racismo, assim como todas as demais ideologias opressivas que vêm a atingir o atributo humano de determinados grupos sociais, precisa estar cada vez mais presente como nosso objeto de estudo e trabalho na Psicologia”.

Ele falou também sobre a ANPSINEP, criada em 2010 durante o I Encontro Nacional de Psicólogas (os) Negras (os) e Pesquisadoras (es) (I PSINEP), em São Paulo. Inicialmente concebida como uma articulação de entidades, em 2014, por ocasião do II PSINEP, em Recife, passou a se constituir como uma articulação de profissionais com a missão de promover a produção de conhecimento e a ação política, no campo da Psicologia, sobre o impacto do racismo nas subjetividades.

Por fim, Marinaldo Santos Silva (CRP 05/5057), presidente do Sindicato dos Psicólogos do Rio de Janeiro, lembrou que, em sua época de graduação, nos anos de 1970, “era impensável a Psicologia falar a respeito dos Direitos Humanos”, e destacou que, atualmente, “a prática da Psicologia não faz sentido se não estiver ligada à defesa dos Direitos Humanos”.

Após a breve mesa de abertura, os debates no XI Seminário esquentaram com a aguardada conferência de Maria Inês Barbosa, da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) / Organização Mundial da Saúde (OMS). Clique aqui e veja como foi.