Suicídio é tema de debates na Subsede do CRP-RJ em Nova Iguaçu

Categoria(s):  Notícias, SUBSEDE BAIXADA   Postado em: 01/10/2018 às 11:32

IMG_5160A Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada Fluminense organizou, no dia 19 de setembro, na Subsede em Nova Iguaçu, a 28ª edição do Rodas e Encontros, que, em virtude da campanha “Setembro Amarelo”, levou ao debate o tema “Suicídio: Precisamos falar sobre o assunto”. A mesa foi composta por profissionais especializados sobre o tema, que levaram suas experiências e aprendizados para o público presente.

O evento foi aberto pela conselheira-coordenadora da Subsede Baixada, Mônica Sampaio (CRP 05/44523), que destacou: “Esse é um evento preparatório para o Congresso Regional de Psicologia (COREP)”, que acontecerá no primeiro semestre de 2019 e será precedido por Pré-COREPs onde psicólogas (os) e estudantes fazem propostas de diretrizes de atuação para a próxima gestão do CRP-RJ e do CFP.

Em seguida, teve início o debate com a fala de Gloria Maria Silva (CRP 05/25756), psicóloga, sócia fundadora da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio coordenadora do Projeto Famílias Enlutadas no Programa UERJ pela Vida. Ela apresentou dados sobre suicídio, afirmando que “o maior índice de tentativa de suicídio está no sexo feminino; porém, é entre o sexo masculino que o suicídio de fato acontece com maior incidência”. Também destacou as doenças que podem levar a pessoa ao suicídio. “A depressão é o maior sintoma de todos os que citei. A depressão percorre todo o caminho, das mais variadas, leve, moderada ou grave”.

IMG_5176A psicóloga falou sobre a importância da prevenção ao suicídio, a começar pelo acolhimento a uma pessoa que tem pensamentos suicidas. “Ela pode estar triste e deprimida, falando ‘eu preferia estar morto’, pode sofrer de solidão, ‘eu não posso fazer mais nada’, de desamparo, ‘eu não aquento mais’, de desesperança, ‘eu sou um perdedor, eu sou um peso para outras pessoas’, ou de autodesvalorização, ‘os outros vão ser mais felizes sem mim’”. E encerrou sua fala chamando atenção para as filhas de mães narcisistas e a necessidade da escuta do psicólogo para a validação das falas destas vítimas, que muitas vezes são menosprezadas pelo profissional devido à nossa cultura judaico-cristã que endeusa a família e, principalmente, a figura materna.

Wagner de Menezes Vaz (CRP 05/36504), doutorando em Psicologia pela UFJF, mestre em Psicologia pela UFRRJ e psicólogo voluntário da Cruz Vermelha Brasileira (RJ), apontou a questão do suicídio na juventude, lembrando o que chamou de “vulnerabilidade nas transições da juventude”. Segundo ele, uma das soluções para essa situação é “considerar a vivência do jovem, as experiências do jovem e psicodinâmica e que elas são elementos importantes para se aproximar do universo da juventude e ajudar na prevenção ao suicídio”.

IMG_5155Wagner também citou a questão de gênero e sua relação nos casos de suicídio. “A percepção do fato de que o jovem não consegue se enquadrar, de que não consegue estabelecer um enquadre ao qual ele possa se identificar, pode levar a situações fortes de angústia, e também é um potencial fator estressor, que pode levar à ideação suicida e ao comportamento suicida igualmente”, disse.

Encerrando a mesa, Jonathan Julio Macedo de Paula (CRP 05/52743), pós-graduando em Psicologia Médica pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM-UERJ) e psicólogo que atua na enfermaria de clínica médica do Hospital Universitário Pedro Ernesto e no Ambulatório de Saúde Mental da Policlínica Piquet Carneiro, falou sobre sua pesquisa, “Suicídio: a atuação dos principais fatores de risco na adolescência”.

Ele apresentou dados e citou alertas como o que ele nomeia de “as três fases do suicídio”, que também chamou de “comportamento suicida”, listando em “um conjunto de atitudes que inclui, pensamentos de que uma ação auto-infligida resulte em sua morte, ideação suicida, o planejamento, a tentativa e o próprio suicídio, e ai nós temos a tentativa, definida como qualquer tipo de comportamento auto-lesivo, não fatal, com evidencias, sejam elas implícitas, que a pessoa tinha intenção de morrer, e depois o suicídio que é a consumação de todo esse processo”.