QUANDO PSICOLOGIA E CARNAVAL SE ENCONTRAM NA PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL

Categoria(s):  Notícias, Sem categoria   Postado em: 20/04/2022 às 12:47

Esta publicação faz parte da série 30 meses em 30 dias, uma retrospectiva das principais ações empreendidas pela gestão do XVI Plenário no CRP-RJ

WhatsApp Image 2022-04-20 at 10.08.10O evento “Psicologia, rua e saúde: carnaval pra quem?” ocupou a sede do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, Centro do Rio, no dia 18 de fevereiro de 2020. Promovido pela Comissão de Eventos, cerca de 1 mês antes do início da pandemia da Covid-19, o encontro ampliou a discussão sobre o potencial terapêutico que o Carnaval possui, no sentido da despatologização de sujeitos historicamente estigmatizados em função de sua condição psíquica. Sem contar, a discussão implícita (ou explícita) do direito à cidade, a riqueza cultural e o posicionamento político.

 

Além disso, foi quase “profético”: falou-se sobre a importância do Carnaval e da Arte na promoção de saúde, pouquíssimo tempo antes de passarmos pela maior crise sanitária do século, que inclusive suspendeu o Carnaval de 2021 e adiou o do ano corrente.

Mais do que nunca, ficou visível e nítido o quanto a arte é importante e imprescindível para uma vida saudável. Só foi possível passar pelo isolamento e distanciamento social, porque tivemos a arte para nos acompanhar: lives, música, shows online, filmes, séries, exposições virtuais, e toda a sorte de expressões artísticas contribuíram para a saúde mental, durante este período.

 

Também, ficou latente a necessidade de serviços psicológicos, pois foi e tem sido desafiador passar por tantas restrições e lutos.

 

E o Carnaval, que falta nos fez… Por ser uma festa popular, de rua, irreverente, questionadora da realidade, o Carnaval se mostra um terreno propício para a intervenção da Psicologia em uma perspectiva de promoção de saúde. E o CRP-RJ propôs essa reflexão.

 

O conselheiro presidente do CRP-RJ Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (CRP 05/26077) ressaltou na ocasião que “realizar um evento como este é para nos lembrarmos que carnaval é resistência. É o momento de nós tomarmos a rua, lembramos que a cidade é nossa e que o direito à cidade não é algo que fique somente restrito aos quatro dias de carnaval”.

Luiz Antônio Simas, historiador e escritor, vencedor de dois Prêmios Jabuti, foi o conferencista que ministrou a palestra de abertura no evento e falou sobre o conceito de re-existência, que é diferente da resistência. Na re-existência as diferentes culturas criam outras formas e redes de proteção social, e, nesse sentido, o Carnaval para o Rio de Janeiro apresenta um sentido transgressor e transvalorador por excelência.

“O carnaval para nós de base africana é um espaço de encontro. O espaço da rua para a comunidade negra, é de visibilidade, de luta permanentes, de recriação e criatividade profunda. Nele, a sensação de pertence dentro de uma escola, faz com que você se sinta incluso. É dessa forma que a comunidade negra se encontra através das escolas de samba e nos blocos”, explicou Helena Theodoro, escritora, doutora em Filosofia e pós-doutora em História Comparada, que refletiu sobre a importância do carnaval como forma de escape e de visibilidade para a comunidade negra.

Richarlls Martins, psicólogo, mestre em Políticas Públicas em Direitos Humanos (UFRJ) e doutorando em Saúde Coletiva pela Fiocruz e professor do Núcleo de Políticas Públicas em Direitos Humanos da UFRJ, que também esteve presente na mesa, e enfatizou o carnaval no sentido político, como um dispositivo para tratar de questões relacionadas à classe, gênero, etnia, território, entre tantas outras.“A imagem do carnaval ligada com a política, representa muito como nós, historicamente, nos espaços do carnaval, conseguimos dar um outro sentido das estruturas de poder”.

Ficou um sabor de quero mais? Esse evento foi transmitido ao vivo e você pode assisti-lo novamente aqui.

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