Proteção Social Especial de Média Complexidade é debatida durante o II Seminário de Assistência Social

Categoria(s):  ASSISTÊNCIA, Notícias   Postado em: 25/07/2016 às 17:37

IMG_8765A tarde do dia 14 de julho começou agitada no II Seminário de Psicologia e Assistência Social. Com o auditório ainda lotado, teve início a mesa de debates “Proteção Social Especial de Média Complexidade: desatando nós”.

O debate contou com a presença de Silvia Ignez (CRP 05/28424), psicóloga da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e professora em graduação e pós-graduação, e Maria Helena Zamora (CRP 05/12685), professora da PUC-RIO e membro da Secretaria Executiva do Comitê Estadual para a Prevenção e Combate à Tortura do RJ. A mediação foi de Ana Cláudia Albino (CRP 05/42842), integrante da Comissão de Psicologia e Assistência Social.

Maria Helena explicou como funciona a Proteção Social Especial de Média Complexidade, que oferece atendimento socioassistencial às famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal ou social por ameaça ou violação de direitos e cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos.

A professora da PUC-Rio apontou também algumas questões relativas à formação dos novos profissionais que vão trabalhar na Assistência Social. “A universidade pode não preparar para todos os desdobramentos da prática, mas tem, por obrigação, ao menos situar o que é o SUAS, o que é o CRAS e o CREAS. Esse é um problema de uma ordem maior, pois vejo profissionais recém-formados que sequer sabem o que significam esses serviços nos quais vão atuar. Temos que ficar vigilantes com o que a universidade está proporcionando aos futuros profissionais”.

Maria Helena falou, ainda, sobre a situação dos adolescentes que estão cumprindo medida socioeducativa. Conforme ponderou, “temos que pensar onde queremos que os adolescentes em conflito com a lei estejam. Porque eu vou aos encontros dos profissionais da Assistência e dizem que esse é um problema da Educação. Porém, quando vou aos encontros com profissionais da Educação, eles dizem que esse é um problema da Assistência. O desatar nós sobre essa questão que o título essa mesa fala é primordial. Nós temos que trabalhar em conjunto, em rede, não por afeto, mas porque trabalhando articuladamente tudo funciona melhor. Se tecermos bem nossas redes, trabalharemos de forma mais eficaz”.

Já Silvia Ignez apresentou várias reflexões baseadas na sua atuação na Defensoria Pública. “Macropoliticamente falando, vivemos uma situação periclitante. Então, temos que pensar no que podemos fazer micropoliticamente. E para isso temos que tecer boas redes, como Zamora falou, e usar os espaços que ainda não estão institucionalizados e que nos dão margem à criação”

“Nossa atuação deve estar sempre embasada, mas isso não significa que não podemos criar”, acrescentou Silvia. “Podemos interpretar as leis e resoluções da forma que possamos desempenhar melhor nosso trabalho. E, assim, ele estará sempre respaldado”.

Finalizando sua fala, a psicóloga da Defensoria Pública problematizou a relação da (o) profissional de Psicologia com o usuário do serviço. “O psicólogo tem que estar aberto à outra subjetividade; é isso que trará uma escuta de qualidade, que fará a diferença no seu trabalho”.

Veja aqui a última parte a cobertura do II Seminário de Psicologia e Assistência Social.