Oficinas movimentam a parte da tarde do Seminário de Assistência Social

Categoria(s):  ASSISTÊNCIA, DIA DO PSICÓLOGO, Notícias   Postado em: 26/08/2019 às 12:55

IMG_9282OFICINA SOBRE ATENDIMENTO À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA E VIOLAÇÕES

Falando sobre a Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos, Viviane Marques (CRP 05/35864), psicóloga, pós-graduada em Gestalt-Terapia e especialista no Atendimento a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Doméstica, apresentou o funcionamento da atuação da (o) psicóloga (o) no CREAS, especificamente através do PAEFI – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos.

“Contribuir com o fortalecimento da família, com o desenvolvimento da sua função protetiva, esse é o básico, pois dentro do CREAS iremos trabalhar sempre com o foco na família, entendendo a importância de fortalecer essa função protetiva. Além disso, atuamos no sentido de processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos, de contribuir para restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia dos usuários e de contribuir para romper com padrões de violadores de direitos no interior da família”, acentuou.

Seguindo, Evelyn Rebouças de Gouveia (CRP 05/41205), psicóloga atuando no CREAS III de Campos dos Goytacazes, mestre em Políticas Sociais e conselheira do CRP-RJ, falou sobre as Medidas Socioeducativas em Meio Aberto, com uma apresentação sobre as “Complexidades e Potências no Acompanhamento a Adolescência em Conflito com a lei: uma experiência no CREAS III”, na qual citou um “breve histórico” da atuação das (os) psicólogas (os) na Socioeducação.

“São as práticas profissionais nas políticas públicas que trazem as demandas sociais”, destacou a psicóloga. “Precisamos acompanhar os adolescentes que são autores de atos inflacionais, atuando junto a eles e das famílias deles, tendo em vista essa questão de território e de laços com a comunidade para que eles encontrem novas alternativas frente à vida, sempre como autônomos, autores que fazem suas escolhas”, enfatizou.

Encerrando a oficina, Ederton Quemel Rossini (CRP 05/50996), psicólogo, diretor do Centro POP de Campos dos Goytacazes, falou sobre a atuação do Centro POP – Centro de Referência Especializado em Pessoas em Situação de Rua. Entre as mudanças importantes nesse espaço de acolhimento, o psicólogo destacou a prática de manter as portas do equipamentos sempre abertas aos usuários. “É importante que a equipe entenda o trabalho da assistência social não é o trabalho de criminalizar esses sujeitos, não é um trabalho de punir esses sujeitos, porque muitas vezes a própria condição de vida os leva a uma punição”, reforçou.

IMG_9297OFICINA: O PODER PÚBLICO NO SUPORTE À POPULAÇÃO EM DESPROTEÇÃO SOCIAL

Falando sobre “Acolhimento” e dando abertura à oficina, Ana Cláudia Albino (CRP 05/42842), psicóloga, especialista em Psicologia Jurídica e gestora de unidade de acolhimento para idosos, expôs melhorias referentes à Casa Verde no tange a sua gestão.

“Conseguimos referenciar cem por cento dos nossos usuário ao CadSUAS – sistema de cadastro do SUAS. Tínhamos pendências de documentações. Como você apresenta e enxerga essas pessoas como sujeitos de direitos, se os direitos fundamentais e mínimos para acesso às demais políticas dela já está violado, que é a questão da documentação básica?”, questionou. “Quando eu cheguei, não tínhamos um trabalho sistematizado, então, começamos a fazer um reordenamento no sentido de ter técnicos de referência, apresentar como importante a lógica da construção de vínculo com esses sujeitos, permitir que esses sujeitos tivessem voz”, destacou.

Em seguida, a psicóloga pós-graduada em Violência Doméstica Contra Criança e Adolescente e em Psicologia Jurídica atuante na Associação Brasileira Terra dos Homens (ONG) desde 1998, Marcy Maria Ferreira Gomes (CRP 05/23630) discursou sobre o projeto “Família Acolhedora”, apresentando seu objetivo e funcionamento.

“O serviço Família Acolhedora é inovador e ao mesmo tempo traz uma mudança de paradigma com relação aos cuidados e à proteção com a infância, principalmente com crianças e adolescentes que necessitam sair das suas residências por algum motivo. Então, ele está organizado dentro de acolhimento e residências de famílias que não tem nenhuma vinculação com a criança e o adolescente. São famílias capacitadas que recebem uma formação, são acompanhadas pela equipe, que passam por uma seleção, para que possam receber essas crianças e adolescentes até que suas famílias de origem possam recebê-los de volta”, revelou.

Encerrando a mesa, Cláudia Simões Carvalho (CRP 05/30182), psicóloga, coordenadora Estadual da Proteção Social Especial de Alta Complexidade – SEDSDH e colaboradora da Comissão de Psicologia na Assistência Social do CRP-RJ, falou sobre a atuação da assistência social em situações de calamidade pública.

“A assistência social tem um papel que acontece antes, durante e depois do desastre ter acontecido. A organização do Serviço de Proteção em Situação de Calamidade Pública e Emergência vem para, primeiro, identificar essas articulações com as outras políticas setoriais e para poder garantir essa organização antes do evento. Já que sabemos quais são as áreas de riscos e as áreas mais vulneráveis, podemos trabalhar com esses territórios para prevenir perda até de vidas”, lembrou.

IMG_9369OFICINA: A RESPONSABILIDADE DA GESTÃO DO SUAS NA GARANTIA DA EFETIVAÇÃO DA POLÍTICA

Iniciando a mesa, Elaine Medeiros, assistente social, especialista em Política Social e secretária de Assistência Social de Nova Iguaçu, falou sobre a “Gestão de Equipamentos e Política”, apontando a importância dos recursos para a consolidação e o fortalecimento da política de Assistência Social. “Falar de gestão no SUAS é um desafio muito grande nos tempos atuais, pois estamos vivendo tempos de cortes orçamentários enquanto que a política de assistência social precisa cada dia mais de verbas para fortalecer seu potencial na interface com as demais políticas públicas”, defendeu.

Seguindo com a oficina, o tema “Orçamento e Controle Social” foi discutido por Carla Felows (CRP 05/33480), psicóloga docente do CAPACITASUAS nos cursos de Proteção Básica e Especial, Controle Social e Orçamento Público, em que ela chamou a atenção da presença escassa da assistência social nos orçamentos públicos.

“Orçamento é disputa e se não formos à Câmara de Vereadores ou para a ALERJ discutir orçamento, nós vamos continuar sendo menos de 1% da média dos orçamentos municipais. A assistência não tem prioridade, não é porque ela ‘é só para pobre’, como dizem por aí, ou ‘uma política desestruturada’, como falam; ela não tem prioridade porque ela não tem orçamento e precisamos discutir isso nos municípios”, criticou.

Finalizando a mesa, Thiago Boechat, graduado em Serviço Social, com especialização em Gestão Pública e que atuou na Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos fazendo parte da equipe de Assessores Técnicos, falou sobre a “Vigilância Socioassistencial” e sua importância na atuação estratégica. “A vigilância socioassistencial não só é uma ferramenta estratégica com importância no levantamento e análise de dados e, de certa forma, mapeamento de demandas, como ela faz parte da política, ela é estruturante”, sublinhou.