Mesas do II Seminário refletem sobre questões ambientais e as ações do CRP-RJ nas emergências e nos desastres

Categoria(s):  Notícias, SUBSEDE SERRANA   Postado em: 24/08/2010 às 16:42

Na mesa Biodiversidade nas Montanhas, ocorrida no II Seminário da Rede de Cuidados da Região Serrana/Psicologia das Emergências e dos Desastres, o pesquisador do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico Gustavo Martinelli promoveu uma reflexão sobre biodiversidade e desenvolvimento sustentável para tratar da importância dos ecossistemas das montanhas.

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Segundo ele, apenas recentemente o mundo se atentou para que se tratassem das montanhas de forma prioritária. “Infelizmente, somente agora o mundo reconheceu a importância das montanhas, locais de altíssima biodiversidade e riqueza de recursos e onde é definida a direção da água que forma os rios e lagos”.

O pesquisador trouxe dados interessantes para se pensar a importância desses biomas. De acordo com ele, montanhas cobrem 25% da superfície da Terra e 50% da população mundial depende, direta ou indiretamente, de seus recursos.

“Os países que mais avançaram em questões de montanhas são os que mais sofreram, mas no Brasil não temos essa tradição. No país, as montanhas estão vulneráveis, pois, além de serem naturalmente sensíveis às atividades humanas, são expostas à degradação ambiental, expansão urbana desordenada e mudanças climáticas”, destacou.

Gustavo assinalou também os caminhos possíveis para consolidar um maior cuidado com as montanhas. “Apesar dos avanços recentes, eles estão muito mais na área das intenções e dos documentos formais. Precisamos pensar em como saímos das intenções e como partimos para as ações, buscando olhar a dimensão humana dos ecossistemas das montanhas e todo o aspecto social presente no processo de conservação desses biomas”.

O suboficial da aeronáutica e meteorologista do CINDACTA (1º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), Valter José Logo Rezende, falou sobre a meteorologia da Região Serrana e como sua previsão é realizada. De acordo com ele, as previsões podem ser acompanhadas em tempo real pelo site da Redemet, permitindo monitorar a chegada de uma frente fria, o que é importante para evitar uma catástrofe, como que ocorreu em 4 de abril, no Morro do Bumba, em Niterói, provocada pela chuva.

O psicólogo Luiz Henrique de Sá (CRP 05/3571), membro da Comissão Gestora de Petrópolis, destacou, na última mesa do evento, as ações da comissão na área das emergências e dos desastres.

“Desde a enchente de 2008, em Itaipava, o Conselho achou que deveria desenvolver algo mais efetivo para a Região Serrana na área das emergências e dos desastres. Desde então, temos trabalhado dentro desse projeto e a Rede de Cuidados caminha na direção de levar consciência para o que as pessoas estão fazendo nesse sentido. Nosso projeto de atuação está respaldado pelo Código de Ética do psicólogo no que diz respeito, entre outras coisas, à responsabilidade social ao respeito aos direitos humanos”, afirmou.

Conforme dados apresentados pelo psicólogo, observa-se o crescimento dos eventos de emergências e desastres no mundo inteiro nos últimos trinta anos, sendo as enchentes e inundações de maior ocorrência no Brasil. Ainda segundo esses números, o quantitativo de mortes por desastres quase triplicou em menos de dez anos no mundo inteiro, desde 1995 até 2004.

Sobre proposta de ação da Rede, Luiz afirmou que ela é intersetorial e interdisciplinar, calcada em dois eixos: o da ação, atendendo a população atingida, e o da prevenção, minimizando os efeitos dos desastres e criando condições de conscientização à população.

24 de agosto de 2010