CRP-RJ realiza atividades no FSM

Categoria(s):  ÉTICA, Notícias   Postado em: 05/02/2009 às 16:09

O CRP-RJ se fez presente na 9ª edição do Fórum Social Mundial – que ocorreu entre os dias 27 de janeiro e 1º de fevereiro, em Belém do Pará, e contou com a presença de mais de 130 mil participantes de 144 países – através de quatro oficinas propostas em conjunto por três comissões e dois GTs do Conselho.

Foto da 9ª edição do Fórum Social Mundial.

Foto da oficina realizada pelo CRP no FSM.

O CRP-RJ se fez presente na 9ª edição do Fórum Social Mundial através de quatro oficinas propostas em conjunto por três comissões e dois GTs do Conselho.

Na oficina Quais éticas praticam as práticas psi?, a Comissão de Orientação e Ética (COE) propôs aos 67 presentes uma reflexão em torno da Ética como princípio norteador das práticas de produção discursiva dos psicólogos, como os laudos e os pareceres. Segundo Márcia Badaró (CRP 05/2027), conselheira da COE e coordenadora da oficina ao lado do colaborador Marco Aurélio de Rezende (CRP 05/27536), “o foco foi a produção de laudos e pareceres porque é principalmente a partir desses instrumentos de avaliação que a COE recebe as denúncias. Chamamos, ainda, a atenção para o cuidado que os profissionais precisam ter com o poder que implica aquela escrita, e o que significa falar sobre o outro, carregando seu discurso com preconceitos e estereótipos”.
Na opinião da conselheira, “o Fórum é uma experiência única, instigante e potente. A participação dos presentes foi ativíssima; o retorno e a repercussão das nossas discussões foram muito interessantes”.

Já a oficina Mídia e Psicologia intensificou as reflexões em torno da produção de subjetividade na mídia. Participaram dela mais de 70 pessoas sob coordenação das conselheiras do CRP-RJ Noeli Godoy e Maria da Conceição Nascimento. A oficina contou, também, com a participação dos colaboradores da Comissão de Saúde, Tiago Monteiro Pithon (CRP 05/3226) e Helena Fialho (CRP 05/34864).

De acordo com Noeli, a oficina enfatizou a necessidade de democratização da comunicação e de convocação da I Conferência Nacional de Comunicação. “Debatemos a necessidade de democratizar a comunicação, mas analisamos, principalmente, o poder de intervenção da mídia na subjetividade enquanto produtora de sentido”, relata.

Ainda segundo a conselheira, a contribuição da Comissão de Saúde foi “muito rica por ter levado o tema de como a mídia em geral interfere na medicalização da vida, e isso é fundamental porque mostra como no nosso dia-a-dia profissional aparecem essas questões ligadas à subjetividade de nossos pacientes. E esse é um debate onde temos que articular inclusive direitos humanos”.
A terceira oficina trouxe o tema Psicologia e Homofobia: dez anos da Resolução 001/99, e foi coordenada pelo presidente da Comissão Regional de Direitos Humanos do CRP-RJ, Pedro Paulo Bicalho (CRP 05/26077). A resolução, que completou dez anos em janeiro, proíbe a patologização ou a discriminação com relação à orientação sexual.

“A oficina de homofobia foi bastante participativa. Nós colocamos em questão aos participantes o que era homofobia e o que a resolução do CFP tinha a ver com o enfrentamento a ela e ainda como as pessoas avaliavam a resolução”, afirmou Pedro, que disse também que a oficina contou com a participação de 47 pessoas, entre psicólogos e pessoas não-ligadas à Psicologia, incluindo um seminarista.

Já o Coletivo de Estudantes levou ao FSM uma oficina sobre Juventude, participação e produção de sujeitos democráticos, realizada em conjunto com a Comissão de Educação. Cerca de 60 pessoas participaram desta oficina, coordenada pelas conselheiras do CRP-RJ Ana Lúcia Furtado (CRP 05/465) e Francisca de Assis Rocha (CRP 05/18453) – presidente da Comissão de Educação – pelo estudante e colaborador do Coletivo de Estudantes, Richalls Martins, e Mariana Fiore (CRP 05/35050), da Comissão de Educação.

Conforme contou Ana Furtado, a oficina do Coletivo “contextualizou a inserção da juventude nas políticas públicas nos dias de hoje e fez um gancho com a inserção da juventude em outros espaços, como o próprio Conselho”. A conselheira cumprimentou a participação dos estudantes presentes, não apenas os de Psicologia como também os de outras áreas, em geral bastante mobilizados em participarem de conselhos profissionais o que, segundo a conselheira, denota “um potencial instrumento para dialogar” de modo que essa juventude possa ter o que ela classificou de “inserção útil e produtiva dentro da sociedade”.

Francisca, por sua vez, assinala que a participação da Comissão de Educação na oficina se caracterizou pela “ênfase na política – defendida pelo CRP-RJ – que se refere à interdisciplinaridade entre Psicologia e Educação, sempre tendo como ponto de referência os Direitos Humanos”. Ela sublinha, ainda, a importância dos contatos que foram estabelecidos pelas oficinas do Conselho ao longo do FSM. “Estabelecemos contatos com diversos participantes interessados e com muitas entidades participantes. Foi muito positivo. Esses contatos são importantes por trazerem uma vivência política”.

05 de fevereiro de 2009