CRP participa de Simpósio sobre Patologização da Infância

Categoria(s):  EDUCAÇÃO, MEDICALIZAÇÃO, Notícias   Postado em: 10/06/2011 às 10:44

O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) participou do III Simpósio Internacional sobre Patologização da Infância, organizado pelo Fórum ADD, em Buenos Aires, capital da Argentina. O Conselho foi representado pela psicóloga e conselheira Helena Rego Monteiro (CRP 05/24180), que o representa na diretoria executiva do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade.

Marilene Proença, Maria Aparecida Moysés, Cecília Collares e Helena Rego Monteiro, parte da delegação brasileira em Buenos Aires

Marilene Proença, Maria Aparecida Moysés, Cecília Collares e Helena Rego Monteiro, parte da delegação brasileira em Buenos Aires

A comitiva do Fórum contou ainda com a Presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP) Carla Biancha Angelucci; com a presidente da Associação Brasileira de Psicologia Escolar (Abrapee), Marilene Proença; com os representantes do Departamento de Pediatria da Universidade Estadual de Campinas-SP (Unicamp) Maria Aparecida Moysés e Ricardo Caraffa; além da professora Cecilia Collares ( Unicamp).

Cerca de 1.300 profissionais estiveram envolvidos no Simpósio, realizado entre os dias 2 e 4 de junho. Os problemas e intervenções em clínica e em sala de aula em relação a crianças foram os principais temas abordado nas discussões além do lançamento do manifesto intitulado “Por un Abordaje Subjetivante del Sufrimento Psiquico en Niños y Adolescentes – No al DSM” link para http://stopdsm.blogspot.com/.

Ações do Fórum sobre Medicalização foram divulgadas em folderes e pôster

Ações do Fórum sobre Medicalização foram divulgadas em folderes e pôster

Durante o evento, a equipe brasileira divulgou o trabalho que é feito no Brasil através de pôsteres e distribuindo folders do Fórum. Os integrantes da delegação se dividiram para participar de mesas e, depois, trocar informações e divulgar suas atividades.

Durante o evento foi lançada a Campanha Internacional “STOP DSM” , que promove a psicopatologia clínica não estatística, ou seja, que atua na subjetividade de cada paciente. “Entendemos um modelo de saúde em que a palavra seja um valor a promover, e em que cada paciente seja considerado na sua singularidade”, diz um trecho do manifesto proposto pela organização e apoiada pelo Fórum de Medicalização. A campanha é uma iniciativa do Fórum ADD (Buenos Aires) e do Espai Freud (Barcelona, Espanha).

No dia 5 de junho, após o término do Simpósio, a comitiva brasileira se encontrou com a psicóloga e presidente do Comitê Cientifico da ADD, Beatriz Janin, e outros integrantes do movimento. Na reunião, ficou acordado que um documento comum aos interesses dos Fóruns dos dois países será desenvolvido em conjunto. “Veicularemos nossas ações e o nosso compromisso ético político”, esclareceu Janin. “Entretanto, ainda existem outras articulações latino americanas urgentes e necessárias como, por exemplo, com o Chile, onde 70% das crianças que chegam ao atendimento dos ambulatórios de saúde mental recebem diagnósticos de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade”, completou.

É esperada uma articulação com a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), da qual fazem parte os seguintes países: Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela para pautar o crescente processo de medicalização da sociedade como uma importante questão de saúde pública mundial. Em novembro, em São Paulo, acontece o II Seminário Internacional A Educação Medicalizada: Novas Capturas, antigos diagnósticos na “Era dos Transtornos”. Membros do Fórum ADD serão convidados a participar do evento para compartilhar experiências e traçar novos rumos e estratégias.