Celebrado nacionalmente como o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro homenageia a memória de Zumbi, reconhecido pelo povo negro como principal liderança do Quilombo dos Palmares, considerado a mais longa experiência de resistência à escravidão nas Américas.
Durante praticamente todo o século XVII, Palmares reuniu milhares de homens e mulheres escravizados que fugiam das fazendas, além de índios mestiços e também brancos pobres. Foi também considerada uma potente experiência de convivência democrática entre esses diferentes grupos, daí ser reconhecido como República de Palmares. Em 1694, foi destruído pela Coroa Portuguesa e Zumbi, morto em 20 de novembro de 1695.
Mais do que apenas uma ocasião para lembrar esse personagem das lutas libertárias brasileiras, a data não apenas nos remete à memória da escravidão, como denuncia o racismo e a discriminação racial no presente, que, enraizados em nossa sociedade, manifestam-se de formas diversas, produzindo sofrimento, exclusão e violência.
Considerando o atual cenário de precarização das políticas públicas e esfacelamento de direitos, neste 20 de novembro, o CRP-RJ reitera o seu compromisso com a defesa da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (Portaria nº 992/2009 do Ministério da Saúde) e da implementação da Lei nº 10639/2003 e nº 11645/200, que estabelecem a obrigatoriedade do ensino da cultura negra e indígena.
Lembramos ainda a existência da Resolução nº 18/2002, do Conselho Federal de Psicologia, que, ao vedar à (ao) psicóloga (o) práticas de segregação e discriminação racial, representou um importante marco ético e político em nosso profissão, afirmando a singularidade das subjetividades negras, as quais foram, e continuam sendo, histórica, econômica e culturalmente invisibilizadas e silenciadas.